Trabalhadores da Varig esperam que Justiça anule venda de ex-subsidiárias, diz sindicalista

10/05/2006 - 16h39

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – O diretor do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Élnio Borges, voltou a afirmar a categoria espera que a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anule a venda da Varig Logística (VarigLog), ex-subsidiária da Varig, à empresa Volo do Brasil.

A operação foi feita em janeiro pelo valor de U$ 48,2 milhões, considerado abaixo do mercado pelos funcionários da Varig e pelos sindicatos do setor aéreo. A Volo do Brasil representa o fundo de investimentos norte-americano Matlin Patterson e três empresários brasileiros.

O sindicato entrou com um processo na Justiça pedindo a anulação da venda da VarigLog, e da Varig Engenharia e Manutenção (VEM), vendida à AeroLB, representante da companhia aérea portuguesa TAP. "Estamos requerendo que seja declarada nula essa operação, que foi feita sob pressão e a um preço extremamente vil", disse Borges, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo ele, à época, a própria Volo manifestou intenção de pagar U$ 100 milhões pela VarigLog, mas a entrada do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no processo acabou permitindo que as VarigLog e a VEM fossem vendidas por cerca de U$ 69 milhões à Volo do Brasil e à AeroLB, respectivamente. "Os funcionários da Varig têm confiança de que essas vendas serão anuladas, porque esse é um patrimônio dos credores da empresa Varig, que foi destruído ali por U$ 69 milhões".

Borges afirmou que a categoria não é contrária à venda das ex-subsidiárias da Varig, apenas defende que as empresas sejam comercializadas a um preço justo. "Nós temos que defender é que esses ativos sejam comprados por preços justos, de mercado, avaliados corretamente. Essa é a nossa questão".