Cristiane Ribeiro
Repórter da Agência Brasil

Rio – "O que mais pesa no orçamento das famílias de baixa renda é o preço dos alimentos e este tem registrado seguidas quedas", afirma a economista Eulina Nunes dos Santos, coordenadora das pesquisas de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). "Um exemplo é o preço do frango, que caiu 12,15% em março e 5,93% em abril. Já os itens de pressão da inflação, como é o caso da gasolina e do álcool, não têm grande participação na cesta de consumo dos mais pobres", explicou Eulina.

Essa queda dos alimentos fez com que, em abril, ficasse em 0,12% a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC). O índice, calculado pelo IBGE, mede a inflação dos produtos consumidos por famílias que ganham de um a oito salários mínimos por ano.

O resultado de abril representa um recuo de mais da metade da taxa de março, quando ficou em 0,27%. Os preços dos produtos alimentícios, que mais pesam no orçamento das famílias de baixa renda, caíram 0,34%, enquanto os não-alimentícios aumentaram 0,30%. Com o resultado de abril, o índice acumula 1% nos primeiros quatro meses do ano, taxa também inferior aos 2,68% de igual período do ano passado.

Eulina enfatizou que as famílias mais pobres têm sido mais beneficiado, porque os itens que vêm exercendo pressão no índice não fazem parte da cesta de produtos que consomem.

O INPC é calculado com base nos gastos de famílias com rendimento mensal de um a oito salários mínimos e residentes nas regiões metropolitanas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre, Fortaleza, Recife, Belém, Salvador, São Paulo e Curitiba, além de Brasília e Goiânia.

A maior taxa foi registrada em Belo Horizonte (0,43%). Com deflação ficaram Goiânia (-0,63%), Curitiba (-0,07%) e São Paulo (-0,06%). Para o cálculo do índice, os preços foram coletados entre os dias 29 de março e 27 de abril e comprados com os preços vigentes entre 25 de fevereiro e 28 de março.