Contrato garante preço de gás natural até 2009, diz Presidente da Empresa de Pesquisa Energética

10/05/2006 - 18h02

Adriana Brendler
Repórter da Agência Brasil

Rio – O presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) do Ministério de Minas e Energia, Maurício Tolmasquim, descartou a hipótese de haver interrupção no fornecimento de gás natural da Bolívia ao Brasil, bem como de aumento significativo nos preços do combustível no país.

Segundo ele, a garantia é dada pelo contrato que a Petrobras mantém com o governo boliviano, segundo o qual só deverá haver reajustes de preços em 2009. Ele explicou que o contrato, válido até 2019, prevê correção de preços a cada cinco anos, sendo que a última foi feita em 2004.

Além disso, acrescentou, o Brasil é o maior comprador do gás da Bolívia, que não teria como escoar os 25 milhões de metros cúbicos que produz diariamente. "A sua única solução é exportar para o Brasil", afirmou.

Tolmaskin ressalvou que esse fato não deve ser usado levianamente pelo Brasil nas negociações com o governo boliviano. E defendeu a posição adotada pelo Ministério das Relações Exteriores, de negociar com o país vizinho mantendo a convivência harmônica e pacífica com a Bolívia.

Em relação a possíveis reflexos no abastecimento e nos preços da energia elétrica por causa de termelétricas movidas a gás natural, ele afirmou que o cenário é de tranqüilidade. "Hoje o setor elétrico brasileiro não depende do gás", garantiu, acrescentando que a Petrobras iniciou a conversão das cerca de 90% de usinas térmicas do país para que possam funcionar com óleo diesel. De acordo com ele, novas usinas térmicas movidas a gás não estão sendo mais autorizadas no Brasil. "Agora vão se usar hidrelétricas e outros combustíveis, como carvão e biomassa".

Tolmaskin participou hoje (10) de uma conferência sobre energia. O encontro, realizado no Rio de Janeiro, reuniu mais de 300 especialistas da área.