Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Deputados da Frente Parlamentar pelo Fim do Voto Secreto realizaram hoje (9) ato simbólico na rampa do Congresso Nacional em defesa da aprovação imediata da proposta de emenda à Constituição (PEC 349), que acaba com as votações secretas no Congresso Nacional, nas assembléias legislativas e câmaras de vereadores.
Durante a manifestação, foram estendidos na rampa que dá acesso ao Congresso vários lençóis brancos com milhares de assinaturas de populares pedindo a votação da PEC. A matéria já foi incluída na pauta de votações da Câmara pelo presidente da Casa, Aldo Rebelo (PCdoB-SP).
Segundo o coordenador da frente, deputado Ivan Valente (Psol-SP), a estratégia é conquistar cada vez mais a população para que aumentem as pressões pela votação da proposta. Valente disse que o ato ecoa uma aspiração da população e a necessidade de melhorar a imagem do Parlamento perante a opinião pública, que quer ações mais transparentes do Congresso Nacional.
"O povo está cansado deimpunidade e cinismo. Em nome da democracia, da transparência e do interesse público,´e necessário votar essa PEC imediatamente", afirmou Valente.
O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), também integrante da frente, disse que a manifestação de hoje significa um encontro dos parlamentares com a opinião pública. "Trouxemos milhares de assinaturas de pessoas concordando que o voto do deputados tem de ser aberto. É importante para o país que todos os parlamentares eleitos possam ser fiscalizados pelos seus eleitores".
Orlando Fantazzini (Psol-SP) informou que, de São Paulo, vieram três lençóis cheios de assinaturas pedindo o fim do voto secreto no Legislativo. Segundo ele, a população está se empenhando para que o Congresso aprove a PEC que acaba com as votações secretas. A deputada Maninha (Psol-DF), que também recolheu assinaturas em Brasília, disse que mais de 10 mil manifestaram-se pela aprovação da PEC.
A formação da frente, que, segundo o coordenador Orlando Fantazzini, já conta com 210 deputados federais, apresenta-se como uma reação à crise desencadeada com as sucessivas absolvições de parlamentares acusados de envolvimento com o esquema do "mensalão".
Para que a PEC seja aprovada são necessários no mínimo 308 votos favoráveis, em dois turnos de votação. Se aprovada na Câmara, a proposta terá que ser submetida também a duas votações no Senado, antes de ser promulgada.