Valéria Amaral
Da Agência Brasil
Brasília - O principal desafio a ser enfrentado pelo Brasil no transporte ferroviário é a correção dos chamados gargalos logísticos e sociais. A afirmação é do diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, que em entrevista hoje (9) à Rádio Nacional lembrou os dez anos de privatização do setor.
"O transporte ferroviário está muito melhor do que há dez anos, antes do processo de concessão. Os índices mostram uma evolução muito importante para o sistema, para as exportações brasileiras, mas nós ainda temos muito o que fazer, muito o que movimentar", disse. Ele ressaltou que até a década de 90 o setor estava abandonado, sem investimentos, e a malha ferroviária, sucateada.
Vilaça explica que apenas 24% do total de mercadorias transportadas no Brasil seguem por ferrovias, apesar dos custos 18% inferiores aos do transporte marítimo e até 40% menores que os do transporte rodoviário. De acordo com ele, um dos motivos para isso é que o setor não consegue garantir o transporte das mercadorias para os chamados "corredores de exportação". Ele explicou: "Se pudéssemos movimentar as cargas do interior do país para os portos, aí sim passaríamos a ter uma competitividade melhor".
O Brasil possui hoje 29 mil quilômetros de ferrovias e a meta é chegar a 2012 com 34,5 mil quilômetros. "Nós ainda estamos longe do ideal, que seriam 50 mil quilômetros. Para isso é preciso corrigir alguns defeitos, algumas dificuldades de transposição nos grandes centros urbanos, de gargalos logísticos e sociais. E, principalmente, fazer crescer a malha ferroviária para o interior do país", destacou.