Iolando Lourenço
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Secretaria-Geral da Mesa do Senado deverá concluir, segunda (24) ou terça-feira (25) próximas, a conferência das assinaturas dos senadores no pedido de criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) para investigar denúncias envolvendo pessoas próximas ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A informação foi dada, há pouco, pelo secretário-geral da Mesa, Raimundo Carreiro.
Além das 34 assinaturas constantes do pedido inicial, o requerimento ganhou hoje (20) a assinatura do senador Antero Paes de Barros (PSDB-MT). Até o início da noite, nenhum dos senadores pediu para retirar a assinatura do requerimento. Com isso, o pedido tem oito assinaturas a mais do que o mínimo necessário (27).
Depois da conferência, se forem mantidas pelo menos 27 assinaturas, o expediente será lido em sessão do Senado, pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). Feita a leitura, os senadores terão, até a meia-noite daquele dia, para retirar ou incluir novas assinaturas no pedido de criação da CPI. Caso se mantenham as 27 assinaturas, a proposta de criação da CPI será publicada no Diário Oficial do Senado.
Criada a CPI, que terá prazo de 180 dias para fazer as investigações, caberá aos líderes partidários indicar os 15 integrantes. Se algum líder não fizer a indicação, o presidente do Senado escolherá os representantes daquele partido.
A CPI está sendo proposta para investigar o período em que o atual presidente do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Paulo Okamotto, tinha procuração para administrar as contas pessoais de Lula, antes deste tomar posse na Presidência; os contratos da empresa do filho do presidente, Fábio Luiz Lula da Silva, com a Telemar Norte e Leste; e a denúncia da revista Veja de que o irmão de Lula, Genival Inácio da Silva, faria tráfico de influência, intermediando negociações de empresários junto ao governo federal.
A CPI teria também o objetivo de investigar se Lula teve participação ou foi omisso no caso de violação ilegal do sigilo bancário do caseiro Francenildo Santos Costa junto à Caixa Econômica Federal e a origem dos recursos, em reais e em dólares, encontrados numa maleta e sob as roupas íntimas de José Adalberto Vieira da Silva, assessor do deputado estadual José Nobre Guimarães (PT-CE).