Acordo prevê atuação das Forças Armadas para identificar quem tem direito a benefícios sociais

14/03/2006 - 22h13

Ana Larissa Albuquerque
Da Agência Brasil

Brasília - Acordo de cooperação técnica foi firmado hoje (14) entre os ministérios da Defesa e do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com o objetivo, segundo o ministro Patrus Ananias, de "expandir as ações sociais e levar a todos os brasileiros os benefícios oferecidos pelo governo federal, como o Bolsa Família".

O ministro do Desenvolvimento Social informou que com o acordo "as Forças Armadas identificarão no interior do país, principalmente no Norte, famílias que tenham direito ao benefício e ainda não o recebam". Ele explicou que "o Exército, a Marinha e a Aeronáutica têm condições estratégicas para levar esses benefícios a quem recebe até um quarto do salário mínimo.

Muitas vezes, segundo Patrus Ananias, as comunidades da Amazônia – ribeirinhos, quilombolas, indígenas e seringueiros, por exemplo – não têm acesso a esses benefícios por falta de conhecimento da existência deles. "Depois de identificadas essas famílias, as Forças Armadas levarão até elas os meios de conseguirem a ajuda, como os cartões de acesso à bolsa e equipamentos necessários para atendê-las", explicou.

O acordo deverá ser ampliado, integrando também os participantes do Projeto Rondon em quase todos os estados brasileiros. De acordo com o ministro do Desenvolvimento Social, "eles trabalham com temas diretamente ligados às ações do ministério e poderão ajudar na capacitação de gestores e na inserção no mercado de trabalho".

O vice-presidente da República e ministro da Defesa, José de Alencar, lembrou que os dois ministérios já trabalharam juntos na Amazônia e em regiões mais pobres do país. "O convênio servirá para dar apoio direto ao trabalho realizado pelo ministério do Desenvolvimento Social nas regiões mais distantes e carentes", afirmou.

O convênio prevê também colaboração das Forças Armadas em situações de emergência, como levar cestas básicas e alimentos para comunidades em situações críticas. "O acordo tem duração de 60 meses e pode ser prorrogado, de acordo com os interesses das duas partes", explicou o secretário de Organização Institucional do Ministério do Desenvolvimento Social, Antonio Carlos Ayrosa Rosière. Num segundo momento, acrescentou, serão determinadas as áreas onde se desenvolverão as atividades para atender a essas famílias.