Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A partir desta semana, os ministérios da Educação e da Cultura iniciam consulta pública do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL). O projeto eleva as preocupações nessa área à condição de "uma política de estado", segundo avaliou o ministro da Cultura, Gilberto Gil, e tem um papel "estruturante", de acordo com o titular da Educação, Fernando Haddad. A consulta pública ao plano está disponível em site próprio (pnll.gov.br) até o dia 2 de abril.
Haddad e Gil falaram na cerimônia de lançamento do plano em São Paulo, ontem (13), no encerramento de um fórum de dois dias dedicado à apresentação e discussão dos problemas do setor e do próprio plano, durante a 19ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo. O fórum teve a participação de 1.500 pessoas do setor. Estruturado em quatro eixos de ação, o PNLL contempla 185 ações já definidas e foi elaborado ao longo de 2005, dentro das atividades do Ano Iberoamericano da Leitura - Vivaleitura 2005. O lançamento do plano e o fórum foram as atividades oficiais de encerramento do Vivaleitura.
"Este é um país que reconhece sim as dificuldades que possui, mas é, sobretudo, um país que se diz pronto para superar os baixos índices de leitura, dificuldade de acesso ao livro e outras formas de leitura, para apoiar bibliotecas públicas e os seus mediadores e agentes da leitura, para modernizar mais sua economia do livro, com mais pontos de venda, maiores tiragens, mais livros a preços populares, mais gente lendo. Não foi por outra razão que a sociedade brasileira reagiu prontamente a esta convocação", disse Gil aos presentes.
"Estamos aqui hoje prontos para anunciar à nação que o tema livro e leitura está prestes a deixar de ser apenas projetos e programas de governo – por mais importantes que esses programas e projetos sejam – para se tornar uma política de estado, que supere o imediatismo e a imediatez, que dê a esse tema tão estratégico e tão caro a todos nós a dimensão de uma política de estado." Gil destacou ainda a importância de ações como a distribuição gratuita de livros pelo Ministério da Educação (MEC) e por organizações não-governamentais (ONGs) e programas como o Pró-Livro do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fernando Haddad declarou que "nós brasileiros demoramos a compreender - principalmente os governantes deste país demoraram a compreender – a importância do livro nos processos educacionais e que, falando em educação, as implicações para o desenvolvimento social, econômico e político do país e para a própria inserção do país no cenário internacional. O livro é absolutamente libertário e emancipador".
Haddad apontou a medida de adoção e distribuição pelo MEC dos livros didáticos no ensino fundamental, há uma década, sua ampliação ao ensino médio no atual governo a partir do primeiro semestre deste ano. Também destacou o programa Biblioteca na Escola e o portal de domínio público do ministério, que conta com mais de 11 mil títulos, dos quais mais de 30% em português.