Mais de um milhão de pessoas já perderam terras, diz coordenador dos atingidos por barragens

14/03/2006 - 17h51

Ana Larissa Albuquerque
Da Agência Brasil

Brasília - Mais de um milhão de pessoas já perderam suas terras e com a previsão de construção de 492 grandes barragens, outras 850 mil serão expulsas. E mais de 70% dessas pessoas não recebem as terras novamente, o que é um direito delas. A informação é do coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Joceli Andreolli, em entrevista hoje (14) à Rádio Nacional.

Hoje é comemorado o Dia Mundial de Ação contra as Represas e pelos Rios, a Água e a Vida, instituído em 1997, quando foi realizado em Curitiba o 1º Encontro Internacional dos Atingidos. Na mesma cidade, realiza-se até sexta-feira (17) o 2º Encontro. Segundo Andreolli, estão sendo organizadas ações para contestar a política de construção de hidrelétricas e o próprio modelo energético do país".

O encontro, informou, tem como objetivo encontrar formas de assentar novamente a população que perdeu sua terra e levar o Movimento a todos os estados. Participam do encontro cerca de 1,3 mil lideranças de 14 estados. "Acredito que a forma mais eficaz de resolver o problema e contestar essa política é estarmos muito bem organizados, para nos articularmos com as demais organizações da sociedade", afirmou o coordenador, explicando que "no Brasil não existe um órgão específico para atender os atingidos pelas barragens".

Para o encontro foram convidados líderes de movimentos semelhantes da América Latina e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O lema central, de acordo com Joceli Andreolli, é "que a água e a energia devem estar a serviço da soberania do povo brasileiro".