Paulo Montoia
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A formulação do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL) teve a participação de 50 mil pessoas "da cadeia produtiva do livro, universidades, bibliotecas, ongs e governos estaduais e municipais", segundo comunicado do Ministério da Educação (MEC). O plano contempla metas e ações para o triênio 2006/2008.
Entre as 15 metas previstas para serem alcançadas até 2008 estão aumentar em pelo menos 50% o índice nacional de leitura (de 1,8 para 2,7 livros por habitante ao ano); aumentar em 10% a impressão de livros (de 2,2 para 2,42 livro/habitante/ano); ampliar de 47% para 57% o indicador de pessoas com hábito de leitura acima dos 14 anos de idade e que possuem pelo menos dez livros em casa; aumentar em 10% o índice per capita de livros não-didáticos adquiridos e também em 10% a quantidade de livrarias.
Para isso, o plano prevê construir ou formar bibliotecas em todos os municípios do país; realizar anualmente pesquisas nacionais de leitura; implementar centros e núcleos voltados para pesquisa, promover estudos e indicadores nas áreas do livro e da leitura.
O PNLL é dividido em 4 eixos: democratização do acesso ao livro e à leitura; fomento à leitura e formação; valorização da leitura e comunicação e apoio à economia do livro. Essas quatro frentes somam 20 linhas de atuação e 185 ações cadastradas. Os primeiros três eixos compreendem ações como a construção ou implantação de novas bibliotecas, consolidação de um sistema nacional de bibliotecas, criação e apoio a salas de leitura e programas governamentais de distribuição de livros didáticos e não-didáticos, de feiras e de prêmios.
O eixo econômico abrange a criação de linhas de financiamento para gráficas e outras empresas do ramo livreiro, incentivo à abertura de livrarias, bolsas para escritores, apoio à exportação de livros.
Entre as ações em andamento, o ministro da Educação, Fernando Haddad, destacou o Censo Bibliográfico, pelo qual os professores dos cursos de graduação estão indicando as obras que adotam e a disponibilidade de cada um em suas faculdades. A partir desse censo, segundo Haddad, o MEC pretende definir um conjunto de livros para aquisição e fornecimento a todas as faculdades de escolas públicas federais do país. A primeira fase do censo deverá ser encerrada em abril.
A expectativa da coordenação do PNLL, divulgada em comunicado durante o Fórum Vivaleitura, é de que o número de parceiros ao longo dos próximos dez anos possa chegar a 100 mil – o total de instituições públicas e privadas que desenvolveram alguma atividade no Vivaleitura no país. A partir desta semana, O PNLL está aberto à consulta pública, para sugestões e críticas, até 2 de abril. Ele será institucionalizado e assinado como portaria interministerial na Semana do Livro, também no mês que vem.