Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – A Federação das Associações de Aposentados e Pensionistas do Estado do Rio de Janeiro (Faaperj) comemorou a liminar concedida no último dia 10 pela 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, que suspendeu a propaganda de crédito consignado, para desconto em folha, pelas instituições financeiras.
O vice-presidente de Relações Públicas da Faaperj, Nilton Domingues Pedrosa, afirmou que o problema da "propaganda enganosa" que estaria embutida nas propagandas veiculadas até então do empréstimo consignado foi levantado pela entidade junto à Assembléia Legislativa fluminense(Alerj), tendo sido, inclusive, motivo de campanha junto à população.
Pedrosa declarou que a publicidade feita para os aposentados do Instituto Nacional de Seguro Social(INSS) "é um tipo de covardia com os aposentados, porque as instituições apresentam uma coisa e, na realidade, é outra". O vice-presidente da Faaperj disse que as propagandas feitas pelos bancos utilizam a imagem e a força de persuasão de artistas de renome da televisão para transmitir aos aposentados e pensionistas a idéia de que terão só vantagens com o crédito consignado.
"Mas não diziam o percentual que eles têm que pagar de 12 até 36 meses. Só que em 12 meses, era 1,7% mas, para pagar em 36 meses, já tem casos de 4,71% e 3,86%", revelou Nilton Pedrosa. Na opinião do executivo da Faaperj, "isso é um absurdo para o aposentado pagar. Ele já está vivendo com a corda no pescoço e, desesperado, vê aquelas propagandas faraônicas e enganosas e acaba entrando. Inclusive até por telefone já estavam fazendo empréstimo. É uma brincadeira", avaliou.
Segundo Pedrosa, o crédito descontado em folha é o mais garantido, "porque está lá na Previdência". A expectativa da Faaperj é que a liminar surta efeito positivo e leve as instituições financeiras a se adequarem às normas estabelecidas pelo governo. "A expectativa é que façam a coisa correta. Eu não sou contra porque os bancos estão aí para negociar. O negócio deles é dinheiro, mas devem fazer uma propaganda honesta e dizer, na realidade, o que é fato para que a pessoa veja se tem condições ou não", afirmou.