Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – A abertura de novas vagas na indústria paulista deve ter novo impulso a partir de abril próximo, segundo previsão hoje (14), por Paulo Francini, diretor do Departamento de Pesquisas Econômicas (Depecon), da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em fevereiro último, o setor criou 2.600 postos de trabalho, 0,12% mais do que em janeiro. Esse resultado "reflete de certa forma o que houve no último trimestre do ano passado que foi meio chocho", classificou Francini, ao justificar que o crescimento da atividade industrial demora entre 3 a 4 meses para gerar novas ofertas de emprego.
Francini anunciou hoje mudanças na metodologia de cálculo sobre o nível de emprego na indústria paulista, cujas ponderações passaram a ser feitas com base nas informações do Cadastro de Estabelecimentos e Empresas (CEE) do Ministério do Trabalho. Segundo o executivo, essa alteração deve melhorar a transparência dos dados. "Nós achávamos que existia espaço para melhorar a qualidade, a robustez do índice de emprego e estamos nesse trabalho há oito meses e chegamos a um resultado com metodologia mais precisa. Isso não significa que a anterior fosse ruim", observou.
De acordo com a nova forma de levantamento que passou a apurar a amostra de l.350 empresas contra 880 da anterior, 19 setores aumentaram a oferta de vagas. Enquanto outros 21 efetuaram cortes e sete mantiveram-se estáveis. Segmentados em sindicatos, aparece na liderança de contratações a indústria de massas alimentícias e de biscoitos,(+ 4,33%), seguida por doces e conservas alimentícias (+2,64%). Entre os que mais demitiram estão congelados e supercongelados (-14,93%), seguido por móveis de junco e vime e vassouras e pincéis (-5,37%). Já na apuração por setor, há um expressivo avanço nas ofertas em refinarias de petróleo e empresas ligadas à produção de álcool, cujo aumento foi de 16,91%. Esse crescimento, segundo justificou Francini, está associado a antecipação na colheita da cana-de-açúcar.