Conferência discute organização do setor pesqueiro e aumento do apoio estatal

14/03/2006 - 14h06

Ivan Richard
Da Agência Brasil

Brasília – O potencial do Brasil é produzir dez vezes mais o pescado que produz atualmente - 10 milhões de toneladas, em vez de 1 milhão de toneladas por ano. A avaliação é da Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca, que apontou a organização do setor como elemento decisivo para isso.

Depois da realização de 27 conferências estaduais para discutir o futuro da pesca no país, com a participação de mais de 15 mil pessoas, é realizada em Brasília e em Luziânia (GO), de hoje (14) até o próximo dia 16, a 2ª Conferência Nacional de Aqüicultura e Pesca. O encontro deve reunir pescadores, empresários e especialistas para discutir os desafios, as dificuldades e os investimentos necessários para pesca e aqüicultura para os próximos três anos.

Para o secretário especial de Aqüicultura e Pesca, José Fritsch, a conferência, primeiro, fará uma análise dos três anos de criação da secretaria. Segundo ele, a criação de um órgão nacional para o setor colocou a pesca entre as prioridades do governo. Essa mudança, avaliou Fritsch, fez crescer o consumo de pescado no país. "Somente em 2005, o aumento da venda do pescado, nos supermercados, foi de 16%", disse o secretário.

Na conferência, segundo o ministro, a secretaria buscará soluções para desenvolver uma estrutura permanente, além de discutir o ordenamento e a regulamentação das atividades de pesca e piscicultura, crédito.

Para o pescador Antônio Ferreira Nunes, presidente da Central de Colônias da Bacia Hidrográfica Araguaia Tocantins, no Pará, a conferência pode trazer melhorias para os pescadores brasileiros. "Estávamos abandonados há 25 anos. Com a criação da secretaria especial da pesca, melhoramos bastante. Acreditamos que vamos sair daqui com a criação do ministério da pesca, para consolidar o pensamento de todos os pescadores", afirmou.

A pescadora do Rio de Janeiro, Carlota Lopes Gusmão Gomes, afirmou que atualmente os pescadores do seu estado estão desamparados. Ela espera que o encontro traga alternativas para melhoria da situação no Rio de Janeiro. "O pescador não tem plano de saúde, não tem plano habitacional e não tem direito a nada", disse. "Não temos nada, estamos abandonados e os filhos dos pescadores estão em situação ainda pior".