Spensy Pimentel
Enviado especial
Porto Alegre – Na semana em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o governo deve lançar uma campanha nacional de valorização do trabalho doméstico. "Vamos dedicar este 8 de março às mulheres trabalhadoras. Tanto aquelas que fazem o trabalho não remunerado em casa como o remunerado, as domésticas", disse à Agência Brasil a ministra da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, Nilcéa Freire. "O trabalho doméstico é um trabalho invisível, mas que sustenta a produção e a reprodução da humanidade", observou ela.
Um dos alvos da campanha serão as empregadoras, mulheres que também trabalham fora para ajudar no orçamento doméstico ou mesmo sustentar a família. Em grande parte dos casos, segunda a ministra "são mulheres que empregam outras mulheres" e a idéia é incentivar a assinatura da carteira de trabalho e o recolhimento da contribuição previdenciária, entre outras coisas. O objetivo é que essas mulheres "que já têm os direitos garantidos pela lei, possam efetivamente desfrutá-los", lembrou Nilcéa.
A ministra adiantou, também, que o governo está estudando propostas de apoio à melhoria das condições trabalhistas no setor. "Nós estamos trabalhando numa medida que incentive o processo de formalização das trabalhadoras domésticas", afirmou.
Nilcéa Freire participou ontem (4) de manhã, na capital gaúcha, da abertura do seminário internacional Políticas para as Mulheres na Reforma Agrária e no Desenvolvimento Rural. O evento, que termina hoje, é preparatório para a 2ª Conferência Internacional sobre Reforma Agrária e Desenvolvimento Rural, que começa amanhã (6) à tarde. A abertura oficial da conferência está prevista para as 16 horas, na Pontifícia Universidade Católica (PUC), com a presença do presidente da República em exercício, José Alencar e o ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto.
O Dia Internacional da Mulher, comemorado em 8 de março, foi instituido em 1975 pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data escolhida é uma homenagem à memória das 129 mulheres norte-americanas que morreram carbonizadas em um incêndio em 1857. O fato ocorreu em uma fábrica têxtil, quando as operárias faziam greve por melhores condições de trabalho.