Japoneses revelam, em reunião na Casa Civil, interesse na produção de monitores para TV digital

03/03/2006 - 19h40

Brasília, 3/3/2006 (Agência Brasil - ABr) - Grandes empresas japonesas do setor eletrônico estão interessadas em investir no Brasil, para produzir monitores de TV a plasma e LCD (liquid crystal display, em português tela de cristal líquido). A informação é do chefe do Departamento de Tecnologia e Radiodifusão do Ministério de Negócios Internos em Comunicação do Japão, Akira Okubo, ao sair de reunião, na Casa Civil, onde foi discutida a escolha do sistema de TV digital que o Brasil vai adotar ainda neste ano.

É a segunda vez que o governo brasileiro recebe executivos japoneses para tratar do tema. No mês passado, grupo de trabalho criado para receber propostas dos três padrões de transmissão de TV digital reuniu-se com representantes dos sistemas japonês, europeu e americano. O governo quer decidir o mais rapidamente o padrão a ser adotado, conforme já anunciou o ministro das Comunicações, Hélio Costa. O objetivo é transmitir em teste as primeiras imagens digitalizadas já na Copa do Mundo de 2006.

Segundo Okubo, para quem a reunião foi "produtiva", o governo brasileiro não atrelou a possibilidade da instalação de fábricas japonesas de componentes eletrônicos de alta tecnologia à escolha do padrão de TV digital. Apesar disso, acrescentou, teria indicado que a escolha do padrão era um dos temas das negociações com o Japão. Para Okubo, ficou claro no encontro que o governo brasileiro quer também investigar o interesse de empresas de outras nacionalidades.

Participaram do encontro o ministro Hélio Costa, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Roussef, integrantes do setor público japonês, além de representantes das empresas Panasonic, Sony, Toshiba e NEC.

A TV digital permitirá alta definição de imagem e som, interatividade, acesso à Internet, entre outros serviços não disponíveis hoje na TV analógica. A transição do sistema analógico para o digital deve durar 15 anos, segundo previsões já apresentadas pelo ministro das Comunicações.