Recife, 16/2/2006 (Agência Brasil - ABr) - Ações integradas da Justiça, forças policiais, Ministério Público, organizações não-governamentais e instituições de governo podem reduzir os índices de violência física e psicológica praticada contra mulheres. É o que prevê relatório elaborado pela comissão de deputados federais que discutiu hoje (16) as propostas com autoridades estaduais e representantes de movimentos sociais. Em Pernambuco, nos últimos quatro anos, foram assassinadas 1.193 mulheres.
A deputada Luiza Erundina (PSB-SP) informou que os parlamentar exigirão que o governo estadual instale de imediato o Fórum pela Segurança da Mulher, com a função de agregar diferentes programas de prevenção à violência, incluindo os desenvolvidos pela Secretaria Nacional de Defesa dos Direitos Humanos e pela Secretaria de Promoção da Igualdade Racial.
A necessidade de investimento em políticas públicas preventivas de educação foi defendida pelo deputado Paulo Rubem Santiago (PT-PE), sob o argumento de que maioria das vítimas de agressão e homicídio não tem instrução nem autonomia econômica. "Nós temos diagnosticado, nos casos de violência, a ausência de políticas integradas. Por exemplo, as prefeituras não oferecem creches para filhos de mães pobres; faltam mecanismos de formação profissional de mulheres que são dependentes dos companheiros e, por isso, submetem-se a várias formas de humilhação e agressão. Um empurrão na cozinha pode evoluir para um homicídio", declarou.
A deputada Iara Bernardi (PT-SP) disse confiar que, com a aprovação da Lei 4.559, em tramitação no Congresso Nacional, serão criados mecanismos para coibir a violência contra as mulheres. E o procurador geral de Justiça de Pernambuco, Francisco Sales, defendeu a adoção de punição mais rigorosa aos agressores, além da instalação de casas-abrigo para as vítimas e de juizados especiais.