Celso Amorim diz que Brasil não influenciou decisão sobre eleições no Haiti

16/02/2006 - 14h24

Ana Paula Marra
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, negou que o Brasil tenha influenciado na decisão do Conselho Eleitoral Provisório do Haiti, que proclamou o candidato René Préval como o novo presidente do país. Ontem (15), o assessor para Assuntos Internacionais da Presidência da República, o professor Marco Aurélio Garcia, declarou que a melhor forma de controlar os protestos no Haiti, após as denúncias de irregularidades na apuração, seria reconhecer a vitória de Préval.

"Não há o porquê de ficar procurando a paternidade para saber de quem foi a idéia para proclamar Préval presidente do país", disse o ministro ao enfatizar que a declaração do professor Marco Aurélio teria sido "pessoal". "Não cabia ao Brasil participar desta negociação. Se as declarações de Marco Aurélio se confirmaram hoje é porque ele tem uma boa capacidade de adivinhação. Aliás, esta hipótese já vinha sendo considerada, por fazer parte da legislação eleitoral haitiana."

Esta decisão baseou-se na Constituição haitiana, que permite a inclusão dos votos brancos no cálculo das porcentagens dos candidatos. "Esta foi a solução encontrada pelos haitianos. Eles simplesmente cumpriram a lei", destacou Amorim. "Nós não negociamentos absolutamente nada. Afirmamos apenas, durante todo o processo, o nosso desejo de uma solução rápida para acalmar a situação no país."