Eliane Wirthmann
Da Radiobrás
Brasília - Depois de mais de cinco anos de construção, foi inaugurada hoje a Usina Hidrelétrica de Corumbá IV, em Luziânia, Goiás. Ela custou R$ 600 milhões e o desmatamento de 17 mil hectares, além da retirada de 623 famílias que viviam próximas da bacia do lago.
Vai gerar 127 megawatts de energia a partir de março quando começam as operações comerciais. O suficiente para abastecer uma cidade de 250 mil habitantes - o equivalente a 15% da energia consumida no Distrito Federal. Uma obra que, segundo o presidente da Companhia Energética de Brasília (CEB) Rogério Vilas Boas, garantirá o fornecimento de energia em pontos estratégicos da capital. "É uma usina que permite a segurança nacional. Na falta de energia de Furnas, nós vamos conseguir alimentar o poder central do Brasil", diz ele.
Além de energia, o lago de Corumbá IV também vai fornecer água potável à população do Distrito Federal e entorno. Hoje, o consumo de água na capital federal é de cinco mil litros de água por segundo. Com a usina, a capacidade de abastecimento vai dobrar. Serão oferecidos dez mil litros de água por segundo. O suficiente, segundo o governo, para garantir o abastecimento pelos próximos 100 anos.
A captação de água será feita pela Companhia de Água e Esgotos de Brasília (Caesb), mas a data ainda não foi definida. A inauguração da usina não significa o fim da polêmica que cercou a obra. O Ministério Público do Distrito Federal alega que algumas exigências ambientais ainda não foram cumpridas e considera abusiva a licença concedida pelo Ibama para a operação da hidrelétrica.
De acordo com o diretor-presidente da Corumbá Concessionária S.A., Manoel Faustino Marques, responsável pela obra, "os problemas que ainda não foram resolvidos constam da licença do Ibama, de 22 de dezembro do ano passado, para começarmos a trabalhar. Nós ainda temos algumas condicionantes a serem executadas enquanto operamos a usina."