Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil
Rio - As previsões da indústria para a abertura de novas vagas de emprego no primeiro trimestre de 2006 são as piores desde janeiro de 2000. A informação consta da 158ª Sondagem da Indústria de Transformação divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
De acordo com a pesquisa, 27% das empresas ouvidas planejam reduzir o número atual de empregados, enquanto 16% planejam contratar novos trabalhadores. A diferença negativa de 11 pontos percentual entre quem vai demitir e contratar é o mais fraco resultado desde janeiro de 2000.
A pesquisa também constatou um quadro de desaquecimento da atividade industrial no primeiro trimestre pelas previsões de encomendas do setor. Em janeiro, 38% das empresas revelaram intenção de comprar insumos produtivos no mercado interno, contra 30% que pretendem reduzir. No mesmo trimestre do ano passado essa proporção era de 36% e 24% respectivamente.
As perspectivas de encomendas no mercado externo são ainda menores: 34% dos industriais disseram que pretendem comprar mais, percentual inferior ao do mesmo período do ano passado, de 39%. O número dos que pretendem comprar menos, ao contrário, aumentou de 12% no primeiro trimestre de 2005, para 30% no mesmo período deste ano.
Sobre os preços de seus produtos, 28% dos empresários consultados disseram que pretendem aumentar, o mesmo percentual registrado em outubro. Já os que planejam reduzir os preços passaram de 13% para 11%. Esse resultado, segundo o Ibre, "indica não haver pressão de preços no atacado para o primeiro trimestre".
A sondagem mostra também que a avaliação dos empresários quanto à situação dos negócios para os próximos seis meses é mais positiva do que em outubro do ano passado, mas "ainda está longe de significar uma onda de otimismo em relação ao primeiro semestre de 2006", analisa o Ibre.
Entre as 914 empresas pesquisadas, 50% avaliam que a situação dos negócios vai melhorar nos próximos meses, contra 9% que acham que ficará pior. Em janeiro do ano passado, essa previsão era de 60% e 4% respectivamente.