Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O número de postos de trabalho abertos em 2005 na região metropolitana de São Paulo foi 260 mil vagas, mais do que o dobro da quantidade de trabalhadores que passou a disputar o mercado de trabalho, 97 mil, segundo a Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
"Isso é um fato incomum na última década", avaliou Alexandre Loloian, coordenador da equipe de análise da PED, da Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade).
Em sua análise, o crescimento da economia brasileira nos últimos dois anos "jogou uma pá de cal nos pessimistas que falavam que não ia mais ter emprego, que a economia crescia e não gerava mais empregos". Ele observou que todas as projeções indicam crescimento da economia, em 2006, com as perspectivas de mais investimentos – públicos ou privados. "Se isso se confirmar, nada leva a crer que não tenhamos redução também na taxa de desemprego neste".
Loloian informou que a pesquisa mostra haver uma presença cada vez maior no mercado de empregados com melhor nível de instrução. Enquanto os analfabetos tiveram queda de 7,4%, os que estão em nível do ensino fundamental, apresentaram redução de 2,5%;ensino incompleto, menos 1,4% e os de curso superior, estabilidade de –0,2%.
Ele também destacou a constatação de que a diferença de remuneração entre homens e mulheres "vem se reduzindo ao longo do tempo". Segundo ele, o rendimento médio mensal das mulheres equivale a 64% do que recebem os homens, "mas se for considerada a jornada há um diferencial menor".
A jornada média dos homens, em 2005, foi de 46 horas e das mulheres, 39 horas. Isso significa que o rendimento horário médio das mulheres correspondeu a R$ 4,87 e o dos homens R$ 6,44, o que indica que as mulheres recebem 75% do rendimento obtido pelos homens.