Pesquisa mostra que atividade industrial mantém ritmo lento do final do ano passado

31/01/2006 - 9h01

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - O ritmo lento da atividade industrial verificada no fim do ano passado se mantém no começo de 2006. A constatação é da 158ª Sondagem da Indústria de Transformação do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV), divulgada hoje. Os dados revelam que a avaliação dos empresários sobre a situação mostra um quadro de demanda fraca e insatisfação com os negócios.

Para 23% das empresas pesquisadas, o nível de demanda é fraco e para 8%, é forte. A diferença negativa de 15 pontos percentuais entre as avaliações de fraco e forte é considerada o pior resultado desde 1999. A demanda fraca também é um dos fatores de limitação à expansão da produção em curto prazo, mencionada por 28% dos empresários da indústria. A maior proporção registrada pela sondagem desde outubro de 2003.

O documento do IBR/FGV diz que a queda no ritmo da produção industrial nos últimos meses também reflete o movimento de ajuste de estoques desde julho do ano passado, quando o setor tinha estoques excessivos e a certeza de um cenário desfavorável para o segundo semestre. No início de 2006, a situação já é melhor, com o nível de estoque perto de um quadro que os empresários consideram de normalidade. Em janeiro, 9% das empresas tinham estoque excessivo e 2%, insuficiente.

"A tendência de ajuste de estoques teve como motivação o planejamento das empresas e não uma eventual expansão da procura por produtos industriais", explica o documento.
A 158ª Sondagem da Indústria mostra também que reduziu avaliação das empresas que consideram a situação atual como boa, passou de 22% para 16%, em janeiro. Já as que consideram que piorou subiu de 19% para 20%.

Apesar do fraco desempenho da indústria nos últimos meses, a capacidade da indústria de transformação manteve o seu nível médio de utilização relativamente estável entre outubro de 2005 e janeiro deste ano.