Incra buscará qualidade para assentamentos, diz Hackbart

31/01/2006 - 10h57

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, disse hoje (31), em entrevista à Radio Nacional da Amazônia, que não quer ser refém das metas previstas no 2° Plano Nacional de Reforma Agrária. Segundo ele, o compromisso de assentar 400 mil famílias até o final de 2006 está mantido, mas além disso é preciso investir na qualidade dos assentamentos rurais.

"Eu não estou tão amarrado nessa meta, não quero ser refém, nem os trabalhadores rurais. Nós vamos buscar essa meta, ela é um objetivo, é assumida pelo governo, mas que tenha qualidade. Não adianta jogar as famílias lá na terra ou, como governos anteriores faziam, as famílias nem estavam lá na terra e contavam. Dezenas de assentamentos que nós encontramos no Incra, no papel, nem existiam", observou.

Nos três primeiros anos de governo Lula foram assentadas cerca de 245 mil famílias. Para 2006, a meta é possibilitar que 155 mil famílias tenham acesso à terra.

No entendimento do presidente do Incra, não basta assentar as famílias, também é preciso que elas tenham acesso a moradia digna, a estradas, a saneamento básico, a educação e a saúde. "É importante, além da meta, a qualidade da reforma agrária, que tenha garantia de compra dos produtos, e também que haja infra-estrutura nos assentamentos", reforçou.

A entrevista, que contou com a participação de jornalistas de nove emissoras parceiras, foi transmitida ao vivo em rede nacional de rádio e pela NBr, canal de TV do Poder Executivo.

Ao falar sobre as ações do governo federal voltadas para os assentamentos da reforma agrária, o presidente do Incra destacou que, em 2005, 71 mil famílias passaram a ter energia elétrica. "Todos os dias estamos assentando famílias, evitando conflitos, dialogando, construindo casa, (com acesso a) energia, educação, saneamento básico, para resolver o problema dos trabalhadores rurais".