Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Pesquisa divulgada hoje pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) indica que as empresas melhoraram o sistema de contratação, ao longo dos 12 meses de 2005 – ano que as admissões com carteira assinada foi 6,8% maior que em 2004. Das 260 mil vagas geradas no ano, 221 mil se referem ao emprego de trabalhadores com carteira assinada e apenas 28 mil sem carteira.
O nível de ocupação aumentou 3,2%, com a criação de 138 mil postos de trabalho, no setor de serviços; 83 mil, na indústria; 34 mil no comércio e 5 mil em outros setores, que incluem os empregos domésticos e os da construção civil.
O total de ocupados atingiu 8 milhões e 342 mil, 3,3% acima de 2004. De acordo com a pesquisa, as chances de trabalho foram melhores no setor privado que abriu 238 mil vagas (4,7%) mais do que em 2004. No setor público, houve redução de 20 mil vagas.
Já o total de trabalhadores autônomos foi ampliado em 14 mil, 0,8% a mais que no ano anterior, resultado que indica a média de desempenho entre os que prestam serviços para os setores público e privado. Isoladamente, caiu em 1,5% o universo de autônomos nas empresas públicas.
O levantamento indica ainda expansão no movimento de contribuição para a Previdência Social. A proporção dos assalariados sem carteira de trabalho assinada que recolhem mensalmente a contribuição subiu de 8,8% para 10,3% e entre os autônomos passou de 16% para 18,5%.
Por setor de atividade, a indústria concentrou a maior taxa de variação de oferta de trabalho (+5,4%), seguida pelos serviços (+3,2%), comércio (2,6%) e outros setores (+0,5%). Na indústria o desempenho foi o melhor dos últimos cinco anos e só perde para 2000, quando houve expansão de 6,3%.
Entre as áreas que mais abriram vagas estão a indústria de artefatos de borracha (+26,7%), têxtil (+14,2%), alimentação (12,7%) e vestuário, calçados e artefatos de tecido (+ 11,7%). No mesmo período, ocorreu corte nas indústrias de papel, papelão e cortiça (-18,4%), material de construção (-11,6%) e artesanato (-10,6%).
Os contratos com carteira assinada, na indústria, somaram 74 mil. Mas também cresceu a utilização de autônomos nas empresas (19 mil), enquanto diminuiu em 7 mil, o número de assalariados sem carteira.
Já o comércio criou 34 mil novas chances de trabalho (+2,6%), prevalecendo as contratações para vendas por catálogos (+19,4%), seguida por lojas (+13,4%), rede varejista de combustível (+9,5%) e setor atacadista (+ 5,6%).
Nos serviços, onde estão mais da metade dos empregados (53%), foram gerados 3,2% postos a mais do que em 2004, com 138 mil vagas. Essa expansão mostra que o segmento perdeu ritmo porque, no ano anterior, havia sido crescido 4,5%. Entre os setores de destaque estão: os serviços auxiliares (+ 19,7%), comunitários (+ 11,4%) e de comunicações (+10,4%).
Em outros setores, a construção civil absorveu 5 mil novos trabalhadores e os serviços domésticos, 17 mil.