Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil
Fortaleza - A hanseníase tem cura. Com essa frase escrita na camiseta preta, técnicos da Secretaria de Saúde do Ceará amanheceram hoje (31) na estação ferroviária João Felipe no centro de Fortaleza para uma grande mobilização pelo Dia Mundial de Combate à Hanseníase.
Com 2.411 casos novos registrados em 2005, o Ceará é um dos estados com maior índice da doença.
O grande desafio ainda é vencer o preconceito, como explicou a assistência social Gerlânia Martins, que comandou a mobilização. Segundo ela, a única arma para isso é o esclarecimento:
"É importante saber que a hanseníase tem cura e que o medicamento está disponível nos postos de saúde, é gratuito e, dependendo do grau da doença, o tratamento varia de seis meses a um ano".
Gerlânia lembra que os sintomas da hanseníase são muitas vezes minimizados, como manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, com caroços ou não, mas que provoquem dormência na pele. Quanto mais cedo começar o tratamento, diz ela, maior a chance de evitar as seqüelas. "A gente precisa falar sobre a doença para diminuir o estigma, o preconceito". afirma a assistente social.
Um outro desafio é evitar o abandono do tratamento. Segundo dados do Sinan (Sistema de Informações de Agravos de Notificação) do Ministério da Saúde, em 2005, no Ceará, 1272 pacientes abandonaram o tratamento, o que representa quase a metade dos casos registrados.
Além de Fortaleza, os técnicos da Secretaria de Saúde estão concentrando esforços em outros seis municípios onde o índice de ocorrência da hanseníase está acima da meta de eliminação da doença (um caso a cada 10 mil habitantes): Sobral, Caucaia, Maracanaú, Iguatu, Crato e Juazeiro.