Kirchner defende equilíbrio na produção industrial de Brasil e Argentina

30/11/2005 - 21h13

Carolina Pimentel
Enviada Especial

Puerto Iguazú (Argentina) – O presidente da Argentina, Nestor Kirchner, disse hoje (30) que a produção industrial do Brasil e da Argentina precisa ser equilibrada. "Nossa integração não pode seguir com um país obtendo ganhos industriais e outro exportando apenas matéria-prima e produtos agrícolas", afirmou, depois do encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em comemoração aos 20 anos do Dia da Amizade Brasil-Argentina.

Os argentinos propõem a criação de barreiras a produtos brasileiros que afetem sua indústria. A proposta ainda está sendo analisada pelo governo brasileiro. Já o presidente Lula disse que o Brasil quer a Argentina forte e criativa. "Nós, mais do que ninguém, precisamos compreender que a Argentina precisa fortalecer a sua indústria; mais do que ninguém, a Argentina precisa recuperar a capacidade produtiva que já teve no nosso continente e, quanto mais forte for a Argentina, mais forte será o Brasil; quanto mais forte for o Brasil, mais forte será a Argentina; e quanto mais forte forem a Argentina e o Brasil, mais forte será o Uruguai, mais forte será o Paraguai, mais forte será a Bolívia e mais forte será toda a América do Sul", afirmou.

Lula criticou quem diz que Brasil e Argentina não tem uma boa relação: "Aquilo que aos olhos dos pessimistas parecia impossível, está acontecendo hoje. Aqueles que muitas vezes venderam a idéia de que a Argentina e o Brasil não têm jeito, que são inimigos mortais e, portanto, não podem dar certo. A Argentina tem que ter uma relação privilegiada com outros países e o Brasil, também, com outros países", disse.

Os governos dos dois países firmaram 22 acordos de cooperação e os presidentes assinaram a Declaração de Iguazú, em que reiteraram o compromisso de buscar a integração econômica, social e cultural.