Juliana Cézar Nunes
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O deputado José Dirceu (PT-SP) fez há pouco o discurso em defesa da manutenção do seu mandato parlamentar. Em cerca de 50 minutos, ele reafirmou ser inocente e defendeu não existirem provas sobre atuação ilegal de sua parte na compra de votos ou arrecadação irregular de dinheiro para o PT.
"Não sou chefe do mensalão, jamais propus compra de votos. Esta casa está me julgando e também está se colocando em julgamento. Não é verdade que essa casa votou reformas por compra de votos", afirma o ex-ministro da Casa Civil.
"A pior coisa da minha vida foi sair do governo, mas precisava vir aqui e me defender contra essas denúncias vazias. E cheguei em pé. Não vou me drobrar, não vou cair", afirmou.
O parlamentar acredita que uma cassação seria uma violência contra ele, contra os eleitores e contra 40 anos de vida pública. Dirceu pediu que a Câmara não se transforme em tribunal de exceção cassando o seu mandato sem provas sobre quebra de decoro.
"Se coloquem no meu lugar, como é possível cassar sem provas. Será uma cassação por 10 anos. Até lá, terei 70. Com os avanços da medicina, viverei ainda 30 anos e não sairei da vida política do meu país. Ainda assim, essa cassação não deixaria de ser uma violência", considera o deputado.
"Amanhã, quero acordar como um cidadão que prestou contas a essa casa. Não quero misericórdia, quero justiça."