Fortaleza, 30/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Usina Siderúrgica do Ceará (USC) começará a ser construída no dia 15, no município de São Gonçalo do Amarante, a 60 quilômetros da capital. O anúncio foi feito hoje (30) pelo governador Lucio Alcântara, em entrevista coletiva no Palácio Iracema, acrescentando que a conclusão da obra está prevista para daqui a 30 meses.
Com investimentos de US$ 754 milhões, a USC deverá produzir 1,5 milhão de toneladas de aço por ano, com uma receita estimada em US$ 450 milhões. Três empresas privadas estão á frente do projeto: a coreana Dongkug Steel, a italiana Danielli e a Companhia Vale do Rio Doce, numa parceria fechada durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à Coréia, em maio último.
Além do empenho pessoal do presidente, o governador destacou o volume de investimentos em infra-estrutura que viabilizaram o projeto. O estado do Ceará investiu mais de US$ 235 milhões em obras de logística para que o Porto do Pecém atendesse às necessidades da usina. Já os investimentos federais somaram mais de US$ 450 milhões. Só na construção do gasoduto Guamaré-Pecém (Gasfor 1), que levará o combustível para os fornos da usina, a Petrobras investiu US$ 71,4 milhões. E mais US$ 165 milhões, em parceria com o grupo MPX, na construção da Usina Termelétrica Senador Carlos Jereissati.
O governador lembrou também a participação da ministra Dilma Rousseff, que ainda na pasta de Minas e Energia foi "uma grande parceira" e garantiu a viabilidade de um contrato de fornecimento de energia elétrica para a USC por 20 anos. Na construção das linhas de transmissão, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) investiu mais de US$ 550 milhões. "Nós somos muito gratos ao governo federal, que nos ajudou muito, mas é bom lembrar que tanto a Petrobras quanto a Chesf estão fazendo um grande negócio, porque a usina será um grande cliente, vai consumir muito gás e muita eletricidade, e as duas vão ganhar muito dinheiro com isso", acrescentou.
Além dos investimentos para a instalação da planta, a USC contará com financiamento da agência de crédito italiana, Sace, em parceria com o banco privado MCC – um aporte de US$ 440 milhões com prazo de 14 anos e carência de três anos –, e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), que entrará com mais US$ 50 milhões, nas mesmas condições.
Os incentivos fiscais do governo cearense serão por dez anos e a usina vai gerar emprego e renda: a massa salarial prevista é de mais de R$ 23 milhões anuais. Serão 3.600 postos de trabalho durante a construção da planta e mais 1.600 para o seu funcionamento. Com isso, a própria USC estima que o Produto Interno Bruto (PIB) do estado crescerá R$ 1,1 bilhão por ano e engordará o PIB nacional em R$ 2,2 bilhões.
