Melina Fernandes
Da Agência Brasil
São Paulo – O relatório final aprovado ontem (29) na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) da Terra é uma idéia atrasada, um retrocesso no processo de democratização e desenvolvimento do país, segundo um dos integrantes da comissão regional do estado de São Paulo da Pastoral da Terra, o padre Antonio Ferreira Naves.
Para ele, o texto foi produzido pela ala ruralista, representante dos latifúndios, e ataca os movimentos sociais no Brasil que lutam pela reforma agrária. "A luta pelo direito de ter terra no Brasil e de partilhar a terra, que é um bem de todos, deve continuar", diz. "Esse texto (o relatório) é infundado, não é baseado na realidade e sim nos grupos econômicos de mando e de violência", diz.
A CPMI da Terra aprovou por 12 votos a 1 um relatório alternativo feito pelo deputado Abelardo Lupion (PFL-PR), logo após rejeitar, por 13 votos a 8, o documento do relator, deputado João Alfredo (Psol-CE). Em seu relatório, Lupion sugere a aprovação de um projeto de lei que transforme o saque ou invasão de propriedade privada em crime hediondo e o enquadramento da ocupação de terras como ato terrorista.
A comissão estadual da Pastoral da Terra se reunirá no próximo final de semana, em Assis, interior de São Paulo, para reforçar a posição contra o relatório.