Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – O presidente da Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro (Andima), Alfredo Moraes, disse que a queda de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no último trimestre, quebrando uma trajetória de alta registrada nos oito trimestres anteriores, surpreendeu a maioria dos analistas. Segundo ele, o mundo todo experimenta expansão da economia, enquanto o Brasil mostra contração.
Para o presidente da Andima, a redução das riquezas produzidas pelo país reflete o efeito da política de combate à inflação, adotada pelo governo a partir do quarto trimestre de 2004. "Isso acabou provocando uma inflexão na curva da inflação, que era ascendente e agora está comportada. É o preço que se paga para conseguir o controle inflacionário".
Alfredo Moraes diz acreditar que o crescimento será retomado agora, com a diminuição da taxa de juros. Ainda assim, o presidente do Comitê de Acompanhamento Macroeconômico da Andima, Marcelo Salomon, considera que dificilmente o PIB atingirá em 2005 o aumento projetado pelo governo de 3,5% a 4%. "Existe uma grande possibilidade de vir um número abaixo de 3%", declarou Salomon.
Para 2006, a projeção da Andima é de que o PIB apresente crescimento em torno de 3,5%.
O economista disse que "o cenário consensual deve vir para algo mais próximo de 2,5%", e que, "com certeza, vai haver uma desaceleração na expectativa de crescimento".