Nova ''lista suja'' do trabalho escravo tem 159 proprietários rurais

30/11/2005 - 17h49

Lana Cristina
Repórter da Agência Brasil

Brasília - O Ministério do Trabalho divulgou hoje (30) uma nova atualização da chamada "lista suja" do trabalho escravo. A lista tem 159 proprietários rurais dos estados de Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso, Maranhão, Bahia, Pará, Piauí, Rio de Janeiro, Rondônia e Tocantins, que mantêm trabalhadores em condições semelhantes ao trabalho escravo. Foram incluídos no cadastro 13 empregadores e 42 saíram por provarem que não voltaram a cometer a prática nos últimos dois anos. A lista é divulgada desde novembro de 2003 e atualização é feita a cada semestre.

O estado de Goiás apareceu pela primeira vez entre os listados. O proprietário das fazendas Triângulo e Terra Boa, localizadas em Porangatu, Paulo Roberto Mansur, foi notificado por manter 46 trabalhadores em condições precárias.

Os infratores são incluídos na lista depois que o grupo móvel de fiscalização do Ministério do Trabalho flagra a situação de trabalho escravo e finaliza processo administrativo. Para sair da "lista suja", o empregador tem que ter a propriedade monitorada, deve pagar as multas que lhe foram imputadas no ato da fiscalização, além de quitar os débitos trabalhistas e previdenciários.

Os empregadores também perdem acesso ao crédito. O Ministério da Integração Nacional, por exemplo, impede a assinatura de contratos com os Fundos Constitucionais de Financiamento e o Banco do Brasil não concede nenhum tipo de crédito aos infratores. Nos últimos dez anos, operações do Ministério do Trabalho tiraram 17.235 trabalhadores de situação análoga à escravidão.