Ministro destaca importância da população no debate sobre a política de desenvolvimento urbano

30/11/2005 - 12h58

Juliana Andrade
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Mais de 2,5 mil pessoas participam da 2ª Conferência Nacional das Cidades, que se realiza de hoje (30) a sábado (3) em Brasília. Com o tema Reforma Urbana: Cidades para Todos, o encontro reúne representantes dos governos federal, estaduais, municipais, de movimentos populares que lutam pelo acesso à moradia digna, de entidades empresariais e de sindicatos de trabalhadores.

Segundo o ministro das Cidades, Márcio Fortes, as discussões vão ajudar na construção da Política Nacional de Desenvolvimento Urbano. Na abertura da conferência, o ministro destacou a importância da participação popular no processo. Ele afirmou que o objetivo do encontro é planejar o futuro dos municípios brasileiros e apresentar propostas concretas para reduzir problemas como o déficit habitacional, que atinge 7,2 milhões de famílias, e a falta de acesso à água potável e esgoto. De acordo com o ministério, 80 milhões de brasileiros vivem sem esgoto, 45 milhões sem água potável e 14 milhões sem coleta de lixo.

"Esperamos que todos aqui participem, que tragam propostas que possam contribuir para melhorar essa situação que afeta a dignidade da pessoa humana". Ele lembrou que a falta de acesso a esses serviços acarreta outros problemas aos brasileiros. "A criança que vive em locais onde há falta de esgoto, por exemplo, acaba indo para o SUS [Sistema Único de Saúde] e não rende na escola".

A 2ª Conferência dá continuidade aos trabalhos da primeira edição do encontro, realizado em 2003. Na ocasião, foi criado o Conselho Nacional das Cidades, cujos membros foram empossados em 2004. Outro resultado foi a formulação de ações e programas para atender prioritariamente as famílias com renda mensal até cinco salários mínimos, parcela que concentra 92% do déficit habitacional.

Este ano, o encontro nacional foi precedido de conferências municipais e estaduais, realizadas nos 26 estados e no Distrito Federal. As propostas serão discutidas na conferência nacional, em que, entre outros temas, vai debater o financiamento do desenvolvimento urbano, políticas urbanas regionais e metropolitanas, transporte e mobilidade.