Ex-secretário nacional defende ação de inteligência para evitar novos ataques a ônibus no Rio

30/11/2005 - 18h34

Rio, 30/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - A opinião pública fará pressão por medidas decisivas de segurança no estado do Rio de Janeiro, em resposta ao ataque ao ônibus no subúrbio da Penha que causou mortes e ferimentos de passageiros. E a medida mais urgente a ser adotada é uma ação coordenada de inteligência entre as polícias Civil e Federal.

A avaliação é do coronel José Vicente da Silva, ex-secretário nacional de Segurança Pública e pesquisador do Instituto Fernand Braudel. "A ousadia dos criminosos ligados ao tráfico de entorpecentes do Rio continua tão grande como antes, mas agora com esse requinte de crueldade a que chegou, é o momento em que as autoridades do Rio e a Polícia Federal precisariam traçar um plano urgente para impedir que ações como essas possam vir a acontecer", explicou.

O pesquisador disse não acreditar que episódios como esse se repitam com freqüência a partir de agora, mas alertou para a necessidade de análise pela polícia. "É bem mais provável que seja uma ação tresloucada de algum dos muitos grupos do tráfico do Rio de Janeiro e algum grupo fora de controle que queira fazer uma ação espetacular isolada, de forma muito cruel. Isso é um sinal de que é preciso reavaliar as ações da polícia, inclusive as de âmbito federal para um programa mais incisivo, porque se chegou a um limite", analisou.

Uma ação de inteligência, segundo ele, permitiria saber com mais precisão não só quais são os chefes do tráfico de drogas, como estão organizados, como as armas e os entorpecentes entram e são distribuídos no estado, quais as influências dos que estão nos presídios e a identificação das prováveis ligações com policiais. "Esse é o grande processo de inteligência que a polícia está devendo, até porque é a única coisa que pode dar uma resposta decisiva", afirmou.