Thaís Leitão
Repórter da Agência Brasil
Rio – Existem falhas no cumprimento da lei que proíbe a venda de cigarros a menores de 18 anos, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Dos entrevistados, 44% dos estudantes entre 13 e 15 anos compram o artigo em lojas e 88% deles nunca foram impedidos de adquiri-lo por causa da idade.
A pesquisa com estudantes dessa faixa etária faz parte do Sistema de Vigilância de Tabagismo em Escolares, promovido pela Organização Mundial de Saúde, pela Organização Pan-americana de Saúde e pelo Center for Disease Control and Prevention (Centro para Prevenção e Controle de Doenças), dos Estados Unidos.
A chefe de epidemiologia do Inca, Liz Almeida, disse que "é interessante notar que no Rio de Janeiro, embora seja um local com grande concentração de campanhas contra o tabagismo, o acesso ao cigarro é muito facilitado. Talvez seja necessário desenvolver campanhas voltadas especificamente aos pais e aos lojistas".
Liz Almeida destacou a preocupação em torno do aumento do número de mulheres fumantes. Segundo ela, a dependência do tabaco no público feminino é mais grave. "As crianças de mães fumantes podem nascer com sérios prejuízos, como baixo peso e maior tendência a infecções respiratórias, entre elas asma e bronquite. Além disso, há maior risco de aborto. Também são maiores os riscos de câncer de pulmão em mulheres", afirmou a coordenadora da pesquisa.