Brasília - O assentamento Cascata, do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) na Bahia, será o tema brasileiro na Conferência das Organizações das Nações Unidas (ONU) que será realizada em Dubai, nos Emirados Árabes, no início de 2006. A inclusão do projeto brasileiro na conferência deve-se às ações de combate à pobreza e gestão ambiental implantadas em seus 587 hectares. O Cascata, localizado no sul da Bahia, no município de Aurelino Leal, vem ganhando destaque por apresentar novo modelo de exploração ambiental em que não há degradação do ecossistema.

O projeto conta com um biodigestor - com instalação concluída no início de 2005 - que converte esterco de gado em gás e biofertilizante. O biogás é utilizado para aquecer o secador de cacau, que deixou de queimar lenha. Já o biofertilizante aduba os cacaueiros e outras plantações cultivadas pelos assentados. Bastam resíduos de 50 cabeças de gado, recolhidos num curral de 200 metros quadrados diariamente, para gerar até 30 mil litros do biofertilizante por mês.

O assentamento Cascata tem 40 famílias. Em 2003, teve sua produção de cacau exportada para a Suíça, com a conquista do selo do Instituto Biodinâmico de Desenvolvimento Rural (IBD), que dá garantias à qualidade do cacau orgânico produzido no assentamento. Além do cacau, as famílias cultivam banana e colhem por mês, em média, 300 caixas de cajá - fruta nativa no sul.

Com informações do Ministério do Desenvolvimento Agrário.