Márcia Detoni
Enviada especial
Túnis (Tunísia) – Uma sociedade da informação e do conhecimento não é suficiente. O que o mundo precisa, segundo o movimento de rádios comunitárias, é construir uma "sociedade da comunicação". "Precisamos entender a necessidade de saber. Mas também precisamos entender a necessidade de contar, de ouvirmos uns aos outros e de trocar informações", disse Elizabeth Robinson, representante internacional da Associação Mundial de Rádios Comunitárias (Amarc).
Em painel realizado na tarde de hoje (18), no último dia da Cúpula Mundial da Sociedade da Informação, representantes de rádios comunitárias de vários continentes ressaltaram a importância de uma convergência entre pequenas emissoras locais e telecentros para a construção da sociedade da comunicação.
"Os telecentros são muito interessantes, mas não lidam com comunicação dentro da comunidade", lamentou o peruano Carlos Rivadeneyra, da Amarc - América Latina e Caribe. Segundo ele, o potencial de comunicação da internet é muito grande, mas os telecentros terão um sucesso relativo se permanecerem oferecendo apenas acesso a informações de fora da comunidade. "Os telecentros precisam se transformar em uma mídia comunitária", afirmou Rivadeneyra.
A convergência entre rádios comunitárias e telecentros é uma boa solução para os problemas de comunicação de populações isoladas ou marginalizadas, reconhece Radhika Lal, do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas. "Enquanto as rádios comunitárias oferecem conteúdo local relevante para o desenvolvimento de populações carentes, a internet é o meio que essas populações tem de se conectar com o mundo e compartilhar idéias e informações", salientou.