Brasília, 18/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - A Associação Nacional dos Fiscais Federais da Agropecuária (ANFFA) negou hoje (18), em nota divulgada na internet, que a categoria tenha "abandonado o controle da febre aftosa" no país, por causa da greve. A nota da entidade
informa que, desde o início do movimento, mantém "todo o efetivo envolvido no controle da aftosa e da prevenção da gripe aviária", atividade que considera "crucial para o país".
A associação ressalta que, no que diz respeito aos salários, um dos pontos da pauta de reivindicações, o que se pleiteia é o reconhecimento da importância da categoria. De acordo com a nota, "o reajuste pleiteado significa apenas uma recuperação do poder de compra". Os fiscais alegam que pretendem um reajuste "abaixo das outras categorias da administração direta do governo".
O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) vai contratar 400 veterinários e agrônomos, em caráter emergencial e temporário, para reforçar as ações de fiscalização de produtos agropecuários e inspeção nos portos e aeroportos. A informação foi dada quinta-feira (17) pelo ministro Roberto Rodrigues. Ele afirmou que as contratações emergenciais são necessárias por causa da greve dos fiscais, pois os 30% da categoria "flexibilizados para continuar em atividade não foram suficientes para liberar as atividades nos portos".
O secretário executivo do ministério, Luís Carlos Guedes Pinto disse que, "por força de lei", os fiscais federais agropecuários que paralisaram suas atividades estão com as faltas anotadas e serão descontadas nos vencimentos. E os "ocupantes de cargos em comissão (DAS), que se encontram em greve, serão exonerados", acrescentou.
Em nota divulgada hoje, o ministério repudiou declarações atribuídas ao diretor geral da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Paraná, Newton Pohl Ribas, de que teria "recebido uma proposta de técnicos do MAPA para que o estado assumisse que tinha focos de aftosa." O ministério contestou também informação divulgada em jornal paulista de que teria havido "fraude na coleta de amostras enviadas pela Secretaria de Agricultura do Paraná ao Laboratório Nacional Agropecuário (Lanagro), de Belém do Pará.
Segundo o MAPA, "em nenhum momento essa possibilidade foi cogitada. As decisões técnicas adotadas sobre esse caso têm embasamento científico e seguem rigorosamente as regras determinadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE)". A nota afirma ainda que, "como normatizador do sistema de defesa sanitária no Brasil, o MAPA está analisando as informações encaminhadas pela secretaria, inclusive o relatório sobre os procedimentos adotados pelo Estado do Paraná".