Programas sociais não têm uso eleitoral, diz ministro Patrus Ananias

17/11/2005 - 17h13

Olga Bardawil
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O ministro do Desenvolvimento Social, Patrus Ananias, disse hoje (17) em Fortaleza que não vê possibilidade de uso eleitoral dos programas sociais do governo federal. Segundo ele, a promoção humana não pode ter uma dimensão eleitoral, porque se trata de direitos básicos.

O ministro disse que os programas sociais são desenvolvidos em parcerias com os governos estaduais e municipais, numa linha absolutamente suprapartidária. Para ele, é a pobreza uma das causas da corrupção eleitoral no Brasil. "A compra de votos que queremos eliminar, para aperfeiçoar nossos procedimentos eleitorais e afirmar os princípios éticos na política, incide em pessoas que, por não receberem do estado e da sociedade aquilo a que tem direito, transformam o seu voto em mercadoria. Quando garantirmos melhores condições de vida a essas pessoas, estamos possibilitando que sejam eleitores mais conscientes".

O ministro, que participou do 1º Encontro Nacional do Programa Cozinha Brasil, disse que o Bolsa Família é um programa "absolutamente republicano que vem se consolidando dentro dos princípios constitucionais e do pacto federativo".

"O grande enigma nacional é o fato de nós sermos um dos três ou quatro países mais ricos do mundo, com terras produtivas e condições climáticas favoráveis, além das qualidades notáveis do povo brasileiro e ao mesmo tempo ainda estarmos com indicadores sociais que nos envergonham e desafiam", disse.

O ministro acrescentou, porém, que todo o governo competente que implementa com seriedade políticas sociais e que promove o bem comum tende a ter o reconhecimento da população.