Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio – Estatisticamente comprovado: estudar mais faz realmente diferença na hora de conseguir um emprego e um salário mais alto. Essa é uma das conclusões da pesquisa O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho, divulgada hoje pela Fundação Getúlio Vargas no seminário A Qualidade da Educação.
Segundo o coordenador do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, o estudo mostra que "a hierarquia educacional se reflete na hierarquia dos resultados observados no mercado de trabalho".
A pesquisa abrange 80 diferentes níveis de categorias profissionais, e seus resultados devem ajudar o governo a traçar o desenho de políticas educacionais universitárias, diz Marcelo Néri. Na avaliação dele, o trabalho é útil, ainda, como ferramenta para o cidadão comum, na hora de prestar um vestibular, ou para aquele já formado escolher uma pós-graduação, tendo conhecimento dos retornos econômicos que aquela carreira poderá propiciar.
De acordo com o estudo, a profissão que apresenta maior remuneração e taxa de ocupação é a de Medicina, em nível nacional. A maior chance de conseguir ocupação é de um médico (93%). O salário do médico, de forma geral, atinge R$ 8.966,07 (mestrado ou doutorado) e R$ 6.705,82 (graduado), mas a jornada de trabalho é a mais alta do país (52,02 horas por semana). O salário/hora dos médicos também é o mais elevado do Brasil: R$ 26,84, para profissionais com mestrado ou doutorado.
Néri observa que, em contrapartida, a carreira com menores resultados no sentido econômico é a de Teologia, cujo salário médio alcança R$ 1.778,89, apesar de aparecer como a 3ª do ranking em termos de maior jornada (49,03 horas por semana trabalhadas).