G20 considera insatisfatória proposta da União Européia para comércio agrícola

09/11/2005 - 17h41

Nelson Motta
Repórter Agência Brasil

Brasília – O grupo formado por 20 países em desenvolvimento do qual o Brasil faz parte – conhecido como G20 – divulgou uma declaração hoje (9). O comunicado, feito após uma reunião entre os ministros desses países, afirma que a proposta da União Européia prevê apenas "melhorias marginais" em acesso a mercados. O texto pede mais abertura em agricultura, que "é o motor das negociações" que ocorrerão com países ricos em dezembro em Hong Kong, na China, na chamada Rodada de Doha.

Para serem significativos, os cortes médios para os países desenvolvidos devem ser de pelo menos 54%, propõe o G20. A respeito de subsídios europeus à exportação, ainda falta definir uma data para a sua eliminação, diz a nota. O G20 propôs que todas as formas de subsídio à exportação sejam eliminadas no mais tardar até 2010.

A Rodada de Doha faz parte das negociações ocorridas na Organização Mundial de Comércio (OMC) entre países ricos e países em desenvolvimento, com foco em diminuir barreiras para o comércio e torná-lo mais justo. As discussões de Doha tiveram início no Catar, em 2001, e continuaram em Cancun, no México, em Genebra, na Suíça, e em Paris, na França.

Na declaração divulgada pelos representantes dos países que participaram da reunião ministerial do G20, realizada hoje (9) em Genebra, na Suíça, o grupo afirma que "é principalmente em agricultura que os países em desenvolvimento detêm vantagens comparativas consideráveis".

"A um mês da Conferência Ministerial de Doha, enfrentamos uma grande distância entre as posições negociadoras. De modo mais preocupante, os sinais de movimento por parte dos países desenvolvidos, os maiores responsáveis pelas distorções ao comércio e pelo protecionismo, têm sido escassos e insuficientes", afirmam os representantes do G-20, na Declaração.