Brasileiro ganha 110% mais aos 51 anos que aos 16, aponta FGV

09/11/2005 - 16h57

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio – É aos 51 anos de idade que o brasileiro ganha mais, indica a pesquisa O Retorno da Educação no Mercado de Trabalho da Fundação Getúlio Vargas (FGV). O estudo foi divulgado hoje no Rio de Janeiro.

O coordenador da pesquisa e do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, explicou que a renda é mais alta nessa faixa etária da população brasileira – quando ela tem nível superior. Isso significa, segundo Néri, que as pessoas aumentam a renda ao longo da juventude porque acumulam experiência ou porque investem em educação. O salário aos 51 anos seria 110% maior do que aos 16 anos.

Néri advertiu, entretanto, que é aos 41 anos de idade o momento em que se tem maior chance de conseguir uma ocupação. A ocupação nessa idade é 6,5 vezes maior que aos 16 anos. O economista da FGV explicou que esse processo de ocupação se verifica para todo o conjunto da sociedade brasileira, inclusive para os não-graduados.

Néri afirmou ainda que "o jovem é a cara do desemprego". E disse não concordar com os programas que "tiram o jovem da escola muito cedo para o mercado de trabalho". Segundo ele, uma pessoa com menos de 20 só deve estudar. "Aí eu acredito muito mais no Estado, quando oferece uma bolsa ou um ‘vaucher’ (crédito), de forma que possa escolher o que quer fazer", complementou.

O estudo da FGV mostrou quais são os retornos econômicos de diferentes profissões para que o jovem possa fazer sua escolha, por ocasião do vestibular e, mais tarde, o curso de mestrado ou doutorado.