Brasil avança na inclusão de portadores de necessidades especiais, diz coordenadora do Banco Mundial

09/11/2005 - 19h15

Fernanda Muylaert
Da Agência Brasil

Brasília - O Brasil avança "imensamente", em relação aos demais países da América Latina, nas medidas para inclusão social dos portadores de necessidades especiais. A opinião é da coordenadora da Equipe de Deficiência e Desenvolvimento Inclusivo do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Rosângela Berman Bieler, para quem o país "sem dúvida tem a melhor legislação, o que faz com que a sociedade evolua em bloco.

Durante encontro promovido hoje (9) pelo Banco Mundial e pela organização não-governamental Escola de Gente, representantes da sociedade civil discutiram o desenvolvimento de ações baseadas nas oito Metas do Milênio, aprovadas na Organização das Nações Unidas em 2000, para serem cumpridas até 2015. As metas são: erradicar a extrema pobreza e a fome; atingir o ensino básico universal; promover a igualdade entre os sexos e a autonomia das mulheres; reduzir a mortalidade infantil; melhorar a saúde materna; combater o HIV/Aids, a malária e outras doenças; garantir a sustentabilidade ambiental; e estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

Segundo Rosângela Bieler, essa cooperação já faz parte da agenda estabelecida pelo Banco Mundial, que "começou a perceber que não seria possível alcançar metas se grupos como os de deficientes estivessem excluídos do sistema". Para o diretor do banco no Brasil, John Briscoe, que também participou do encontro, a instituição "deve fomentar oportunidade para que todos possam realizar seus potenciais – e isso é uma de nossas frentes de batalha contra a pobreza e a falta de oportunidades".

A coordenadora lembrou ainda que "é importante começar agora a construir um espaço maior voltado para as políticas públicas, porque só assim conseguiremos trazer aqueles que estão de fora do sistema para dentro da sociedade".

Na reunião, foi apresentado o Manual sobre Desenvolvimento Inclusivo para Mídia e Profissionais de Comunicação, já lançado em países como a Argentina e o Uruguai, e em algumas cidades brasileiras. O documento traz informações e estatísticas sobre a relação entre pobreza e deficiência.