Para acabar com lixões, pastoral realiza atividades com catadores de papel e moradores de rua

02/09/2005 - 14h41

Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil

Brasília – Uma das entidades participantes do Primeiro Encontro Nacional sobre População em Situação de Rua, realizado entre ontem (1º) e hoje (2), em Brasília, é a Pastoral do Povo de Rua. Ligada à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Pastoral desenvolve atividades com Catadores de Papel e Moradores de Rua.

Cristina Boné, representante da Pastoral dos Povos de Rua de Belo Horizonte, explica que o trabalho se dá junto aos moradores de rua que são catadores de material reciclável e também os catadores de matérias recicláveis nos lixões. "Lutamos pela erradicação dos lixões, implementando projetos de coleta seletiva com a gestão integrada dos catadores, incluindo eles", contou.

Segundo ela, essa é uma forma de gerar renda e permitir que as pessoas rompam as barreiras da exclusão social. "As pessoas que viviam no lixo e do lixo – e que eram consideradas como lixo – passam a ter uma perspectiva de vida e reconstruir seus sonhos, passam a reconstruir sua história, sua vida. Começam a se colocar na sociedade a partir do ponto de vista da cidadania."

A representante da Pastoral dos Povos de Rua de BH explica que o trabalho da Pastoral começou em Belo Horizonte em 1987, e a partir de 2001 começou a ser disseminado por todo o país. As atividades da Pastoral acontecem principalmente com os catadores de papel e foi intensificada a partir da realização do 1º Congresso Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis e da 1ª Marcha do Povo da Rua no ano de 2001 em Brasília.

O Primeiro Encontro Nacional sobre População em Situação de Rua reúne representantes do governo, de movimentos sociais e moradores e ex-moradores de rua com o objetivo de discutirem diretrizes para a construção de políticas públicas que atendam a essa população. A iniciativa é do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).