Funcionários do IBGE fazem assembléia hoje no Rio, com indicativo de manter a greve

02/09/2005 - 9h19

Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no Rio de Janeiro realizam assembléia hoje, com indicativo de manutenção da greve, que começou em julho passado e caminha para completar dois meses no próximo dia 7.

Ontem (1º), assembléias realizadas na Bahia, Pernambuco, Alagoas e São Paulo decidiram pela continuidade do movimento. A informação foi dada à Agência Brasil pela diretora do Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE, Suzana Lage Drummond.

O movimento envolve os 13 mil funcionários do órgão, vinculado ao Ministério do Planejamento, dos quais a metade está lotada no Rio de Janeiro. De acordo com Suzana, nesses quase dois meses de greve, "o governo não apresentou nenhuma contraproposta". Uma das reivindicações do movimento é o aumento de verbas para o IBGE. Segundo os manifestantes, a falta de recursos já impediu a realização do Censo Agropecuário e da Contagem da População, duas importantes pesquisas do instituto.

Como pertencem à carreira de Ciência e Tecnologia, junto com outras instituições entre as quais o Instituto Nacional de Câncer (Inca), Fundação Instituto Oswaldo Cruz (Fiocruz) e Centro Técnico da Aeronáutica (CTA), os funcionários do IBGE querem a incorporação da gratificação variável, hoje ligada à avaliação de desempenho.

A categoria quer 20% de reajuste linear para o nível médio e auxiliar e gratificação fixa de avaliação do Instituto de 80%. "Ou seja, com a avaliação do governo aos institutos, cada órgão teria uma gratificação fixa de até no máximo 80% dessa nota", explicou a líder sindical, esclarecendo que todos os ganhos deverão ser extensivos aos aposentados e pensionistas.

Os grevistas defendem também a realização de concurso público para os níveis médio e superior. Os salários defasados são responsáveis pela migração dos funcionários para outros órgãos como o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, disse a sindicalista, membro da Executiva Nacional.

Suzana disse que o salário inicial de nível médio, por exemplo, é de R$ 716,00, atingindo o máximo de R$ 1,25 mil/mês, com gratificação máxima de 50%. Para o nível superior, a remuneração mensal começa em R$ 1,3 mil, chegando a R$ 2,2 mil, com gratificação variável de até 50% no máximo.

A diretora do Sindicato Nacional revelou ainda que o ponto dos servidores está sendo cortado por ordem do governo, contrariando decisão judicial que garantiu a manutenção dos salários. O juiz Alberto Nogueira Júnior, da 10ª Vara Federal do Rio de Janeiro, já teria determinado que o IBGE esclareça porque a ordem liminar não está sendo obedecida. Segundo Suzana, o instituto poderá sofrer sanções por descumprir a decisão judicial.