Diretor da ANP quer mais dinheiro para pesquisas que ajudem a vender blocos de petróleo

02/09/2005 - 17h36

Nielmar de Oliveira
Repórter da Agência Brasil

Rio - O diretor da Agência Nacional do Petróleo (ANP), John Forman, criticou hoje (2) a decisão do governo federal de contigenciar recursos para a realização de estudos geológicos e geofísicos nas bacias sedimentares do Brasil. Isso, segundo ele, estaria retardando a elaboração de dados mais precisos sobre áreas com potencial para descoberta de petróleo e gás no país – o que poderia aumentar o potencial de venda dos blocos.

"A indústria do petróleo, quando produz petróleo ou gás, paga royalties. Quando o campo tem uma alta produção, com alta rentabilidade, ela paga participação especial. Deste total arrecadado, 28% deveria ser destinado à realização, por parte da ANP, de estudos para identificar a viabilidade exploratória dos blocos ofertados - aumentando a sua atratividade para os grupos interessados nos leilões de áreas", explicou o diretor.

Na avaliação de Forman, a ANP teria direito a R$ 2,2 bilhões em 2005. O governo, que inicialmente havia separado para essa finalidade R$ 19 milhões no orçamento, aumentou o total do repasse para R$ 45 milhões."O problema é que, quando oferecemos um bloco para as empresas, temos que dizer: olha, tem uma rocha que pode gerar o petróleo. Tem indícios e eu tenho a profundidade desta bacia, a sua história geológica. No entanto, em razão do contingenciamento, não temos os recursos necessários".

O diretor informou que a ANP tem apresentado ao governo necessidades de investimentos anuais de R$ 200 milhões, só para a realização de estudos geológicos. "Hoje, sequer temos o mapeamento básico da geologia do país, na escala adequada. Temos um mapa imenso, que é até bonito, mas para fins práticos de exploração de petróleo, e outros bens minerais, é totalmente inadequado".