CUT propõe imposto sobre os mais ricos para aumentar o salário mínimo

02/09/2005 - 18h40

Melina Fernandes
Da Agência Brasil

São Paulo – O presidente nacional da Central Única dos Trabalhadores (CUT), João Felício, apresentou hoje (2), durante reunião da Direção Nacional na capital paulista, propostas de ação política e econômica para o Brasil para este semestre. A principal sugestão seria a criação de um Imposto de Solidariedade sobre grandes fortunas para financiar um aumento real e gradual do salário mínimo e custear o necessário à Previdência.

"O fundo de solidariedade será utilizado para financiar o aumento real do salário mínimo", explica Felício. As 300 mil famílias brasileiras que possuem patrimônio superior a R$ 2,4 milhões (cada uma), as quais, segundo a CUT, correspondem a 50% da riqueza pessoal do país, pagariam um imposto único de 1,5%. Dessa forma, o salário mínimo teria um aumento real de 8,9% ao ano até 2012. Segundo estudo da subseção Dieese-CUT Nacional, o valor do salário mínimo em 2012 poderia chegar a R$ 544,09 com os recursos proporcionados por esse fundo.

O presidente da CUT defendeu uma campanha salarial unificada para valorizar o salário mínimo. "Quando o salário mínimo aumenta, o poder de compra da população também, e isso influencia no crescimento econômico do país e na arrecadação por parte do poder público". Por isso, ele alega que não tem fundamento o argumento de que prefeituras e a Previdência não teriam condições de pagar salários maiores.

João Felício afirmou que no fim do ano deverá ser realizada uma marcha a Brasília para pressionar o Congresso Nacional para elaborar um projeto de lei que esteja diretamente relacionada à campanha de aumento do salário mínimo proposta pela CUT e por outras centrais sindicais.