Keite Camacho
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A pesquisa sobre o índice nacional de mortes por arma de fogo, divulgada hoje (2) pelo Ministério da Saúde, mostra que, em 2003, o uso de armas era responsável pelo maior número de mortes (31%) na faixa dos 15 aos 29 anos. Entre 15 e 19 anos, a mortalidade por armas de fogo foi de 34%; entre 20 e 24 anos, alcançou 35%; e entre 25 e 29 anos, 26%.
Nessa faixa etária, o uso de armas é seguido, como causa de mortes, por outras causas externas (responderam por 21% do total), doenças infecciosas (5%), neoplasias (4%) e doenças infecciosas (4%). As causas externas incluem acidentes de transporte, quedas e suicídio, entre outras.
"A mortalidade por arma de fogo crescia ano a ano no início da década de 90, atingindo especialmente o homem jovem", comenta o ministro da Saúde, Saraiva Felipe. "Matava mais nessa faixa etária do que doenças como aids, infartes, derrames e acidentes de trânsito, ceifando uma população jovem com expectativa de vida e produtividade na economia, na força de trabalho."
O ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, Luiz Dulci, fez questão de ressaltar que o número de mortos caiu. Ele lembrou que, nos últimos 12 anos a curva era ascendente, com expectativa de continuar nessa trajetória, sem a campanha do desarmamento. "Não só não cresceu (o número de mortos), como reduziu", disse.
A pesquisa mostrou que a primeira queda ocorreu em 2004, com uma diferença de 8,2% em relação a 2003. O estudo foi realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, que cruzou dados do Sistema de Informações sobre a Mortalidade, do Sistema Único de Saúde, com o número de armas recolhidas durante a Campanha do Desarmamento, iniciada em 15 de julho de 2004.