CPI dos Correios identifica crescimento "atípico" em três empresas de Marcos Valério

20/08/2005 - 16h16

Luciana Vasconcelos
Repórter da Agência Brasil

Brasília – A CPI dos Correios identificou um crescimento atípico do volume de crédito de três empresas do empresário Marcos Valério no Banco do Brasil, responsável por repassar empréstimos ao Partido dos Trabalhadores.

A empresa Multiaction, por exemplo, tinha contabilizado R$ 3.149.353,46 até 2002. De 2003 a 2005, o volume cresceu para R$ 17.633.882,00. O crescimento também foi observado na 2S Participações Ltda, que até 2002 não operava e nos últimos três anos recebeu R$ 20.476.588,13. A Tolentino e Melo Assessoria Empresarial passou de R$ 137.040,00 (até 2002) para R$ 6.744.959,74 de 2003 a 2005.

"Estamos levantando os dados. Ao final, vamos fazer o julgamento", afirmou o subrelator de finanças da CPI dos Correios, deputado Gustavo Fruet (PSDB-PR). O deputado disse que a comissão deve investigar o empresário e buscar as contradições nos documentos e argumentos apresentados por ele, de que os recursos que saíram do Banco Rural e do Banco do Brasil foram para empréstimos ao PT. "Nesse momento temos que duvidar de vários depoimentos de várias teses sob pena da CPI ser pautada pela defesa apresentada pelo Marcos Valério", disse.

"Se fosse só o caixa 2 era uma questão de 2002. O fato é que os empréstimos começaram a ser feitos em 2003, já no governo do presidente Lula. E coincidentemente nesse período houve um aumento expressivo nas contas públicas do governo federal com as empresas de Marcos Valério e houve um aumento expressivo, principalmente de três empresas vinculadas a ele, justamente no período em que os saques foram realizados. No mínimo, é uma enorme coincidência", avaliou Fruet.