Severino diz que pauta de votações da Câmara pode ficar liberada em dez dias

15/08/2005 - 17h26

Rio, 15/8/2005 (Agência Brasil - ABr) - A atuação das CPMIs (Comissões Parlamentares Mistas de Inquérito) não pode impedir o trabalho da Câmara dos Deputados, disse hoje o presidente da Casa, Severino Cavalcanti (PP-PE). Ele acrescentou que espera ter a pauta de votações desobstruída no prazo de oito a dez dias.

Severino se reuniu com empresários na Federação de Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) e recebeu do presidente da entidade, Eduardo Eugênio Gouvêa Vieira, uma proposta para a convocação de uma Assembléia Nacional Constituinte específica para aprovar emendas à Constituição que permitam mudanças nas estruturas política e administrativa do país.

O presidente da Câmara criticou a aprovação, pelo Senado, do destaque que define o salário mínimo em R$ 384,29, enquanto a Medida Provisória (MP) que já tinha passado pela Casa aumentara o valor de R$ 260 para R$ 300, a partir de 1º de maio. O destaque foi apresentado pelo senador Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA).

Entre os projetos prioritários da Câmara, o deputado destacou a reforma tributária e o estatuto da pequena e microempresa. E lamentou a obstrução da pauta por medidas provisórias e pela disputa política entre os partidos de apoio ao governo e os de oposição. Mas disse ter esperança de que "com o funcionamento das comissões provisórias, nós vamos fazer com que o plenário volte a sua plenitude e a trabalhar".

Severino Cavalcanti disse ter o compromisso do presidente Lula de que o governo vai retirar as urgências dos projetos encaminhados ao Congresso. "Ele tirando as urgências, nós derrotamos ou aprovamos as três medidas provisórias que estão atravancando o desenvolvimento dos trabalhos da Câmara. Vamos caminhar normalmente e ficam as CPIs funcionando e o plenário da Câmara também trabalhando e tendo a sua ordem do dia. Tenho certeza de que vamos voltar à normalidade", assegurou.

O deputado acrescentou que o Congresso tem credibilidade para prosseguir com as votações. "Muitas das denúncias são infundadas. Nós temos que ir no âmago da questão. Temos que fazer o país trabalhar. Não vamos ficar pensando só em desastres. Temos que pensar numa propositura firme, tranqüila, para que os empresários possam continuar seu trabalho e acreditar no país. Não podemos ficar com esse pensamento negativo, que é ruim para o país, para a economia, para o trabalhador e para a sociedade. Vamos fazer com que haja confiança nos homens públicos. Nós vamos fazer todo o possível para que essa confiança volte a reinar", defendeu.