Servidores do INSS em greve no Rio planejam assembléia geral para sexta-feira

15/08/2005 - 17h15

Aécio Amado
Repórter da Agência Brasil

Rio - Os servidores do INSS no Rio de Janeiro, em greve há 74 dias, deverão continuar parados pelo menos até sexta-feira (20), quando farão assembléia geral para discutir a proposta apresentada pelo ministro do Trabalho, Luiz Marinho. Marinho se reuniu com representantes da categoria, na ultima sexta-feira em Brasília, com objetivo de pôr fim à paralisação dos servidores.

A proposta do governo prevê o pagamento de gratificação de R$ 250, no total de R$ 140 milhões, como antecipação do Plano da Carreira da Seguridade Social dividido entre ativos (60%) e inativos (40%); trabalho aos sábados para compensar os dias parados; e o pagamento dos 47.11/% de diferença salarial referente ao Plano de Carreira de Cargos e Salários (PCCS) de 1988 do pessoal da área da saúde, em duas parcelas anuais até 2012 a partir do ano que vem.

A proposta do governo não agradou aos diretores do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho e Previdência Social do Estado do Rio de Janeiro (Sindsprev/RJ). Uma das coordenadoras da entidade, Janira Rocha, considerou a proposta "ridícula" e admitiu que a categoria poderá até decidir pelo fim da greve por não suportar mais manter a longa paralisação, mas sem aceitar a proposta do governo.

"Caso não mude essa proposta, podemos até chegar na sexta-feira e avaliarmos que não temos condições de manter a greve, e sair da greve por falta de condições. Mas não vamos assinar essa proposta", disse Janira Rocha.

A coordenadora do Sindsprev/RJ disse ainda que a categoria vai aguardar a reunião da plenária nacional, marcada para a próxima quarta-feira, em Brasília, e, a partir daí, levar todas as decisões da plenária para a assembléia geral estadual de sexta-feira.

O Sindsprev/RJ defende a redução do prazo de pagamento dos 47.11% para os servidores da área da saúde; o pagamento da gratificação de R$ 250 igual para servidores ativos e inativos do INSS; e que não sejam descontados os dias parados.

Janira Rocha disse que a categoria, no Rio de Janeiro, já apresenta uma certa desmobilização por causa do desgaste com a longa duração do movimento.

No estado existem aproximadamente 22 mil servidores do INSS: 8 mil ativos e 14 mil inativos. A greve, segundo o Sindsprev/RJ atinge 60% das 105 agências do instituto.