Yara Aquino
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A posse de terra para os remanescentes de quilombos é uma das reivindicações do Movimento Negro Unificado de Pernambuco, que participa da Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade hoje (15) e amanhã (16), em Brasília.
"Além de espaços de moradia, eles são espaços de cultura, de representação da história do povo brasileiro",diz a representante do movimento, Marta Almeida, ao se referir aos quilombos. "É preciso garantir esse espaço de representatividade dentro da história do Brasil."
Marta Almeida afirma que a população afrodescendente é uma das mais atingidas pela falta de moradia. Para ela, a questão tem raízes históricas. "Quando a população negra foi liberta eram milhões de negros que não tiveram posse de terra e moradia, e vemos o reflexo hoje", aponta. Ela destaca que o Movimento Negro Unificado de Pernambuco ao participar da marcha busca também a garantia de que o Governo Federal realize ampla discussão sobre a reforma urbana e o Estatuto das Cidades.
O objetivo da Marcha Nacional da Reforma Urbana e pelo Direito à Cidade é sensibilizar o governo e a sociedade brasileira para questões referentes à reforma urbana como a falta de moradia, de saneamento e do alto custo do transporte urbano. Participam os movimentos: Fórum Nacional de Reforma Urbana (FNRU), a Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam), Central de Movimentos Populares (CMP) e Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental.